Poder da toga
Alguns membros do Tribunal de Justiça de Alagoas ainda não digeriram a fala do desembargador Washington Luiz ao reassumir o cargo após dois anos afastado do tribunal.
Mais que um discurso de retorno à suas atividades, a fala de Washington Luiz soou como um desabafo contra os que se omitiram em ajudá-lo e os que colaboraram nas denúncias contra ele no CNJ.
Com exceção de três desembargadores que estavam ausentes à sessão do último dia 3, o recado de Washington Luiz foi ouvido por todos os presentes, mas pelo menos em público, ninguém vestiu a carapuça.
Ao lembrar que ficará no cargo por muito tempo ainda, o desembargador deu a entender que pode voltar a presidir o tribunal. E aí, seus adversários que se cuidem.
Denunciado por improbidade administrativa, Washington Luiz acredita que o processo a que respondeu no CNJ atendeu a interesses escusos de adversários políticos apoiados por colegas de toga do próprio TJ-AL.
Por trás das denúncias que o afastaram do cargo por dois anos estaria a briga pelo comando político do Sertão, que ele disputava com outras lideranças da Região.
De volta ao poder, Washington Luiz deve retomar os contatos políticos e expurgar os que se colocaram em seu caminho, inclusive alguns togados com influência no Sertão.